segunda-feira, junho 09, 2008

Os Sofrimentos do Jovem Werther

É esse o livro que estou lendo. Ouvi um monte sobre esse livro. Parece que logo depois do lançamento do livro na Alemanha houve uma onda de suicídios no país. Fiquei interessado. O que será que tem de tão impactante no livro? Johann Wolfgang von Goethe, o autor, da escola romântica, é definitivamente um chato. Mas expliquemos, antes que os puristas me atirem pedras. Eu comecei a ler o livro, e gostei bastante. Tem aquelas linguagens eruditas, um mundo sem computadores e essas contemporaneidades banais, em que as pessoas se divertiam de forma diferente. É legal saber como era a vida naquela época (acho que séc XVIII ou XIX). Daí o personagem principal, Werther, ser cheio de sentimentalismos. Oh a vida, a natureza, os passarinhos e as borboletas...tudo tão bonito, tão meigo! E o rapaz se apaixona por uma moça já comprometida...evidente, pelo que o livro causou na Alemanha, sabe-se que no final o cara se mata, por amor. Tão ficção...tão bonito! É por isso que o livro é chato. Não num sentido literal. É chato por ser irreal, por ser damasiado piegas (de onde fui tirar essa palavra?), por ser tudo sentimental demais. A leitura é agradável, o enredo e o texto são ótimos, mas saímos do livro muito, como dizer...inocentes. Ficamos com essa irrealidade na cabeça. Muito idealizado. Talvez eu nem perceberia isso. Poderia ter passado direto, e estaria hoje num mundo florido, cheio de passarinhos, bambis, tele-tubes e pessoas que cometem suicídio por amor. Mas o mundo é diferente. No mundo real, mata-se os outros por amor, não a nós próprios. Crime passional (pathos). Mata-se filhos, mata-se pais, namorados. Não matamos a nós mesmos. Já que não conseguimos realizar o que queremos, matamos nosso objeto de desejo, para eternizá-lo. Não é estranho? É. Mas é real. O mundo real é pior do que imaginamos. Uma dica, logo depois, de ler este livro, leia Cândido do filosofo francês Voltaire, O livro citado contrapõe ingenuidade e esperteza, desprendimento e muita ganância, caridade com egoísmos, delicadezas com violências, amor com ódio. Tudo isso muito bem relacionado com discussões filosóficas sobre razões causais e seus efeitos, razão suficiente, ética, moral e etc e tal, além de ser uma viagem no tempo, onde se aprende duma só lapada questões existênciais, culturais, filosóficas, acadêmicas, históricas, religiosas, mitológicas e etc e tal. Você percebe imediatamente, em que mundo estava, e em que mundo está.
Assim, piegas, Falava Zaratustra.